Studio HM Blog: PORTUGAL FASHION DAY 2| DIOGO MIRANDA

Nasci rodeada pela arte e, quem me acompanha desde o Blog Stylist Thinking sabe que estudei ballet clássico e passava vários soirées em ateliers de pintura, bem como em fábricas de confecção. Assim nasceu a minha admiração por tudo o que impele o sentido estético e, em particular o feminino e sedutor.

Diogo Miranda despertou a minha atenção desde a primeira vez que vi as suas criações, em 2010, e sensibilizou-me com a sua última colecção Primavera/Verão 2014. Foi com a colecção de inspiração arquitectónica de "Niemeyer"que lhe valeu, desde então, um destaque massificado, mais do que merecido, pelos meios de comunicação e da imprensa nacional.

Antes do desfile, comentava junto da "irmandade"de boggers e afins que seria difícil a colecção de DM me provocar o mesmo impacto que a anterior. Não quis (nem ouso), de todo, afirmar que Miranda não será capaz de suplantar a criatividade e criação da colecção passada; certamente o fará (e fê-lo, de um outro modo). Todavia, a minha expetativa posicionava-se num patamar elevado, dado que no final do primeiro ato do desfile Spring/Summer 2014, quando se criou a penumbra de luzes para dar o mote à colecção de Haute Couture, a minha comoção foi incontrolável, tendo presenciado aquele que se tornou num dos momentos mais sublimes das últimas edições do Portugal Fashion. Assim, como seria, desta vez, possível?

+ Admiro a fidelidade e capacidade de maturação profissional, qualidades que Diogo Miranda evidenciou nesta colecção Outono/Inverno 2014.2015, ao mostrar que o seu ADN é genuíno e está intato. Fez-se sentir, ainda, uma continuidade da filosofia de base das suas criações na atenção à silhueta feminina.

Fiquei bastante satisfeita por ver parcialmente retratada a década de 50, através das cinturas marcadas pelos cintos (as famosas cinturas de vespa), as saias evasé, trespassando os joelhos e, o toque de sofisticação e personificação das luvas que ajudou a criar a atmosfera sedutora e ultra-feminina. Por outro lado, continuo a adorar a capacidade e ideia effortless que se faz notar no design das peças oversized, destacando a personalidade forte de cada mulher e, preservando a sua persona ultra-feminina. Miranda não descura o requinte e excelência dos materiais e, optou por uma palete que navega pelo vermelho, rosa pálido, preto e um camel espelhado.

+ Todo o styling é, sob o meu ponto de vista, pautado por um minimalismo soberbo podendo ser reutilizado no dia a dia de qualquer mulher, usando os vestidos mais cintados com umas ballerinas e um maxi coat, uma maquilhagem clean e um simples ponytail.

+ A título conclusivo, o que mais me encanta quando se veste uma peça de Diogo Miranda é, em parte, análoga à experiência de calçarmos uns stiletto - sentimo-nos mulheres com uma personalidade forte, elegante e sedutora q.b., independentemente de termos 1.60 ou uns quilinhos a mais. E, é tão bom quando assim o é!